(In)certeza


não sei o que qero sentir,

a minha cabeça em voltas e voltas.
penteio-me e levanto a cabeça,
qual movimento gracial e o penteado desfaz-se 
como um castelo em areia seca.


enquanto penso o que penso, o que faço
a linha do pensamento dispersa,
vagueia para junto dos prazeres mais simples, mais ridiculos,
os prazeres que são menos importantes e propensos ao futuro.
os prazeres que desde o seu verdadeiro começo, só são feitos para o meu puro contentamento,
presente e dissipante momento.

a lógica e a consciência,
o dever e o prazer,
debatem-se numa batalha,
não há palavras, não há sangue,
há sim suposições, dúvidas
e, no fim, o arrependimento nem que fogaz,
por qualqer que tenha sido a escolha.
e as consequências que dela advêm, e as responsabilidades.


quem o sabe? eu não.
sabe-o o vento qe murmura palavras que não consigo distinguir,
sabe-o o meu companheiro mais leal, 
silencioso e guardado na pureza da minha virtude.
e se o prazer simples, não o for?
se a alegria e felicidade se tornarem parte de mim
e eu já não as distinguir?


então penso, volto à consciência.
agora, a linha do pensamento funde-se durante o meu retorno.
quando estaquei, no meu ponto de chegada a percepção foi rápida
o prazer tinha voado, tão rápido como o bater das asas do colibri.
tinha deixado rasto, uma sensçao fresca e doce no cantinho lá no peito.
o prazer fazia agora parte de mim.

Sem comentários:

Enviar um comentário