Hoje a cidade está vazia
o sol não pintou o deserto
de velhos prédios
por isso tudo é cinzento,
como um fantasma translúcido
e sem substância.
Os carris são percorridos
por bancos sozinhos,
que vão curvando
uns atrás dos outros,
copiando-se insipidamente.
Abrem-se as portas,
fecham-se portas,
sobe-se e desce-se,
cruzamentos desligados,
em caminhos cerrados.
Não são pessoas
as escassas figuras andantes.
São projecções
de uma humanidade inexistente,
silenciosa e pertinente.
Pois que fossem!
e olhassem
e falassem
e sorrisem,
vivendo-se.
Sem comentários:
Enviar um comentário