Que é feito de nós?

Que é feito de nós?
em cabeça pousada acorrem devaneios esfomeados, esguios e silenciosos, procurando memórias e pensamentos passados e sentimentos esquecidos. Inevitavelmente, se fixam. Procuram concordância com os produtos mundanos, fáceis teorias e compras imediatas.
Oh os cheiros ... todos têm aroma a alguém, rastos marcados na memória e, com beleza, no coração. Gravuras que despertam só para fazer lembrar a tua existência, ao comando do vento e dos vapores. Assim, em pequenos momentos, tempos que chegam, recordo o teu abraço, a tua mão, o carinho simples e desinteressado, o sabor de uma ligação.
Fica a sensação do calor, que já passou mas trouxe algo jamais perdido. São experiências temperadas com medo, paixão, a desilusão e a gargalhada que dão pulso, que vão construir o que ainda se vai partir e desmoronar.

Estranhos devaneios, que constroem sequências de aleatórios acontecimentos. Quando as varrer será imperceptível a sua divisão, estarão tão felizmente em comunhão que apenas serão vistos como uma única peça de arte, um movimento de figuras dançantes, alguns inquietos outros constantes ... muitos dias, um ano. Alguns anos, uma vida decorada com gosto mas insaciada.

Em resposta, andamos e continuamos sem conhecer (ou de outra forma não se saberia do futuro). Somos mais e menos, nas balanças onde nos pesam. Somos ainda ou deixámo-nos. 
Gosto de pensar (acreditando) que somos sempre da inquietude e da constância, porque nas duas nos transformamos e criamos. 

(aos amigos, aos que passaram, que não voltaram e andam por aí)
Obrigado

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