Vertigem


Percorro um tecido indistinto
de mim e outros assim,
fibras desenhadas 
de movimento
maleável e fino.

Atravesso paredes de sal
com gosto a serra,
a que sabe dos lugares mais fundos
mas espera 
a seiva sideral
brilhante e vertida
sobre a vida que carrega
no colo meigo.
Onde me alcanço
encontra-me o espelho…
a luz aponta-se delicada
e retira o mistério dos sinais,
onde pousa um,
disfarça a vida cicatrizada,
que a imperfeição marcada
num olhar puro
é dom confuso.

Fiz da minha vertigem uma lâmina
estiquei um palmo de esperança
dos fios soltos e arrepiados
e fui sugerindo passos,
com mãos estendidas
alheadas do sentido,
no encontro rosado
o olhar adormecido,
desperta íntimo e cerrado.




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